Descrição

A consideração da razão como o único meio de acesso à verdade foi responsável por relegar o imaginário a um papel marginal, colocando ao largo dos processos intelectuais aquele que, desde tempos imemoriais, foi o responsável por dar sentido ao mundo e à experiência humana. Entretanto, a complexidade da sociedade contemporânea revelou uma apreensão equivocadamente limitada da perspectiva científica sobre a imaginação e exigiu o aprofundamento dos olhares dedicados a analisar as representações que a humanidade faz do cosmos, condição que foi responsável pelo (re)conhecimento do imaginário como elemento norteador das tentativas de compreensão da realidade. No campo da Ciência da Informação, essa abertura à compreensão da influência da imaginação criadora de ficções no entendimento do vasto universo que envolve a informação na sociedade contemporânea tem sido desenvolvida através de várias perspectivas e por meio de diferenciadas técnicas. Uma visão alegórica dessa realidade permite, por exemplo, associar o presente século às divindades antigas e modernas da comunicação – como Exu (Iorubá), Legba (Fon) ou Hermes (Grega) –, personalizações da comunicação, do movimento, da troca, da circulação, da habilidade, da esperteza, da malícia e da ginga (seja representada pela capoeira ou por sandálias aladas), mas também da astúcia e da trapaça. Referências, numa leitura simbólica do século XXI, não só à velocidade da mudança engendrada pelo desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, mas também à desinformação e às fake news, entendidas como a divulgação de informações falsas ou inexatas com o intuito de confundir e manipular. Inspirado pelos olhares multiperspécticos dos estudos sobre o imaginário, este livro apresenta algumas bases teóricas para o exercício de um olhar simbólico sobre a realidade e os campos da informação e da comunicação. Considera-se que esta obra, ao oferecer caminhos para compreender a dinâmica e o uso do símbolo, do mito e do imaginári