Quem atua na universidade geralmente se protege na ilusão de que os estudantes universitários, pelo simples fato de terem chegado ao ensino superior, dominam totalmente as habilidades de leitura e, principalmente, de escrita. Ocorre que, assim como tantos outros bens e direitos desigualmente distribuídos na sociedade brasileira, também o letramento, isto é, o acesso à cultura letrada, ao mundo da palavra escrita, é privilégio e prerrogativa de muita pouca gente. O acesso à cultura letrada é, então, um problema político. Em ‘O mal-estar na escrita acadêmica’, Robson Cruz descreve e critica os construtos ideológicos que presidem os modos como a escrita é tratada no universo acadêmico. Esse livro é um convite a encarar as ideologias em que se concebe a escrita ora como um dom individual intransmissível, ora como uma capacidade quase autônoma de retratar fielmente a realidade. Há um mal-estar na academia no que diz respeito à escrita, um mal-estar falsamente individual. É chegada a hora da autocrítica que temos evitado fazer como defensores não só de ideais educacionais progressistas, mas de uma sociedade pautada por eles.
Peso: | 331 g. |
Páginas: | 160 |
ISBN: | 9788579343452 |
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