“Estamos diante de uma forma curiosamente outra, que faz da atomização característica de nosso tempo um método de aproximação com a realidade, emprestando elementos da reflexão subjetiva à reflexão objetiva, nem sempre nessa ordem. Dessa outra forma surgem o risco e o desnível de impressões que funcionam como força ordenadora de textos mais longos, como também explodem pequenos fragmentos herméticos, capazes de exigir do leitor tanto a referência teórica quanto a vivida, para o complemento dos recortes”, escreve Nathalia Colli no posfácio. Trecho “Mass shooting não tem tradução. A chacina brasileira tem contexto diferente. Mas, se olharmos uma experiência através da outra, talvez as questões se tornem mais complexas. Se no Brasil as chacinas são colocadas na conta da desigualdade social e do aparato repressivo do Estado, nos Estados Unidos os mass shootings são casos de saúde mental individualizados e, para parte do país, também um problema relacionado ao fácil acesso a armas. Mas então por que nos dois primeiros mandatos de governo Lula as taxas de homicídio não foram bruscamente reduzidas, acompanhando a diminuição da pobreza e a emergência de movimentos sociais organizados em torno de reparações históricas e empoderamento? E por que aqui, onde a medicalização da sociedade e o aparato de vigilância são cada vez mais presentes e sofisticados, o número de episódios aumenta? Não há respostas fáceis. Mas a aposta, por um lado na patologia e por outro na falha do Estado, conta muito sobre a formação dos dois países.”
Peso: | 400 g. |
Páginas: | 208 |
ISBN: | 9786557174371 |
Editora UnB - CNPJ n° 00.038.174/0019-72 - UnB, Centro de Vivência - Asa Sul - - BRASILIA - DF
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